domingo, setembro 17, 2006

Recebemos do Dr.Durval Damiani da USP

Cara Dra. Torres,

Eu acabo de vir do 1º Simpósio sobre Anomalias da Diferenciação sexual, que ocorreu na Alemanha (Lubeck), onde tivermos a oportunidade de discutir vários aspectos de tão abrangente tema. Tive a oportunidade de discutir o que escrevi na Carta ao Archives of Diseases in Childhood com o próprio Dr. Hughes e estamos iniciando o planejamento de termos um Simpósio a cada dois anos, alternando com o de Lubeck, onde, aqui em São Paulo, teríamos a oportunidade de discutirmos tão fascinante assunto. Fico à sua disposição para conversarmos e obrigado pelo seu e-mail

Durval Damiani

quinta-feira, setembro 07, 2006

Diretrizes para lidar com pessoas com genitália ambígua


Milton Diamond, Ph.D e H. Keith Sigmundson, M.D.

"A partir da nossa publicação de um artigo sobre um caso clássico de re-designação de sexo [1] a atenção da mídia foi rápida e generalizada [2-4], assim como a reação de vários clínicos. Alguns queriam comentar ou fazer perguntas, mas muitos nos contactaram direta ou indiretamente [5] pedindo diretrizes específicas sobre como lidar com casos de genitália traumatizada ou ambígua. Neste artigo oferecemos nossas sugestões. Mas primeiro, de qualquer modo, colocamos este alerta: essas recomendações são baseadas na nossa experiência, no input de alguns colegas competentes, nos comentários de pessoas intersexuais de várias origens e na melhor interpretação que pudemos dar a partir do estudo da literatura da área. Algumas dessas sugestões são contrárias aos procedimentos atuais de tratamento da intersexualidade. Nós acreditamos, no entanto, que muitos desses procedimentos deveriam ser modificados.

Essas diretrizes não são oferecidas levianamente. Nós prevemos que o tempo e a experiência irão ditar que alguns aspectos serão modificados, e tais revisões irão aperfeiçoar o próximo conjunto de diretrizes que serão oferecidas. Subjacente a essas diretrizes está a crença básica de que os pacientes mesmos devem ser envolvidos em qualquer decisão de algo tão crucial em suas vidas. Nós entendemos que nem todos irão apreciar esta oportunidade ou essas sugestões. Em primeiro lugar, nós defendemos o uso dos termos "típico", "usual" ou "mais freqüente" onde é mais comum o uso do termo "normal". Quando possível deve-se evitar expressões como "mal desenvolvido" ou "sub desenvolvido", "erros de desenvolvimento", "genitais defeituosos", "anormal" ou "erros da natureza". Enfatize que todas essas condições são biologicamente compreensíveis, embora sejam estatisticamente incomuns. Isso ajuda a discussão com pais e criança para que venham a aceitar a condição genital como normal, embora atípica. Pessoas com genitália desse tipo não são anormais, aberrações, mas sim variações biológicas comumente referidas como intersexos. De fato, é nossa compreensão da diversidade natural que uma grande variedade de tipos sexuais e origens associadas devem ser previstos [6,7]. Nosso tema geral é tirar o estigma que cerca essas condições.

Artigo completo:

http://cyborg.sites.uol.com.br/intsex2.htm