O mundo hoje se encontra nos assuntos de sexo e genero incomuns e atípicos, numa encruzilhada e num momento de definições e novas perspectivas.
Dentro de aproximadamente 3 anos deve haver uma revisão do CID - a versão 11 - da OMS, que inclui assuntos polemicos em suas versões anteriores até a 10ª sobre assuntos de genero. O CID é muito influenciado pela APA - associação de psiquiatras estadunidenses, que emite suas normas DSM, que muito influencia o CID.
Encabeçando o Comitê que reavalia a DSM nos assuntos de gênero, está Ken Zucker - que montou um time todo enviesado de colaboradores e apoiadores nesse comite que dirige.
Ken Zucker e sua trupe defendem as "terapias de reparação" - que querem impedir crianças com problemas de gênero de serem quem são - como fazia John Money - desmascarado depois por Milton Diamond e Colapinto. Ken Zucker volta a insistir, querendo retomar e perpetuar antigos erros e manipulações de crianças, jovens. E adultos, fragilizados, com situações de intersexo ou desenvolvimento incomun de sexo ou genero.
Por outro lado, a WPATH - ex-HBIGDA - da qual sou membro titular desde 2002 - insiste em manter um comite de "Trantornos de Desenvolvimento Sexual" (DSD-disorders of sexual development), ou seja, de INTERSEXO. Sendo assim a direção da WPATH está DESRRESPEITANDO os intersexuais e ULTRAPASSANDO OS LIMITES DE SUA ATUAÇÃO - que deveria se limitar às condições incomuns de gênero - sem entrar em questões de desenvolvimento de genitália atípica.
Como eu mesma, Zucker também é membro da WPATH.
Aí para complicar ainda mais, surge o problema do ABUSO na TERMINOLOGIA. A WPATH adere à nomenclatura tentativa estabelecida por um CONSENSO DE CHICAGO, que propôe o termo DSD para designar todo intersexual como portando uma PATOLOGIA SEXUAL "a priori" com o que não podemos concordar.
Eu mesma, com Milton Diamond, propomos a terminologia mais correta e respeitosa de VSD - variations of sexual development - por exemplo.
Conosco concordam grande parte da WPATH, toda a OII, e toda a WGC-World Gender Coalition.
Estamos num momento de definições.
E já tomamos nossa posição, contra Zucker, contra a terminologia DSD e a favor da terminologia VSD. E não concordamos com nenhuma patologização indiscriminada e "a priori" de ninguém - nem portadores de uma condição incomum de gênero, nem pessoas intersexuais de qualquer matiz.
Obrigada.
sexta-feira, março 20, 2009
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Um comentário:
É de suma importância não permitir que eles assumam esse papel de determinadores prévios e mutiladores. É o que são. Eles se baseiam na tese de que a pessoa pode ser educada, condicionada e na prática, obrigada a ser o que escolheram para ela ser. Isso não ocorre por ser algo muito íntimo e ligado a identidade no caso de hemafrodita. Não é questão de Cultura, modismo, ou autoafirmação é o que você nasceu para ser e por questões biológicas, endócrinas, etc segue outras matizes, que não as já estabelecidas.
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